Ela não queria chorar
Mas a dor era tanta....
Sua garganta doía,
E sua cabeça latejava.
Seus olhos castanhos,
Já não estavam na sua cor natural,
Estavam vermelhos.
Lutava bravamente contra as lágrimas,
Estava prestes a perder o controle....
Levantou-se do seu lado
Fugindo rapidamente dali.
Não deixaria que a visse assim,
Que a visse chorar.
Correu para sua casa,
Trancou-se no único local onde teria privacidade:
O seu quarto.
As lágrimas inundaram o seu rosto.
Sentia o coração doer
Como se o tivessem transpassado
Com uma lâmina.
Doía tanto, que sentia vontade de gritar....
Tolos são aqueles que afirmam
Que dor de amor passa.
Pois estavam enganados!
Só aumentava a cada dia,
A cada segundo....
Caminhou pelo quarto
Em busca do que sua mente clamava,
As únicas coisas a consolavam:
A garrafa de conhaque
Escondido debaixo da cama,
A carteira de cigarros e o isqueiro
Em sua mochila,
E o seu amigo inseparável de dor,
Um estilete.
Acendeu um cigarro, dando longas tragadas,
Abriu a garrafa, bebericou um pouco,
Colocando-a próxima a si no chão,
Pegou o estilete, descansando-o próximo a garrafa.
Estava quase tudo pronto, só faltava mais um item.
Engatinhou até o criado-mudo
Retirando da pequena gaveta uma cartela de calmante.
Voltou para onde estava sentada.
Tirou quatro comprimidos da cartela
E os ingeriu com conhaque.
A bêbeda era forte, ardia um pouco na garganta,
Mas gostava, a sensação a acamava.
Desatou os cadarços do all star de cano alto,
Retirou as meias, deixando-as de lado.
Contemplou o que via,
A perna direita, trazia uma inscrição,
Iniciais do nome dela....
O fizera no dia em que prometeram
Ficar juntas para sempre.
Sua amada....
Se é que ainda poderia chamá-la assim,
Fizera o mesmo no pulso.
E tivera problemas,
Os pais descobriram, mesmo tendo escondido.
Menina esperta,
Mentira que eram iniciais da banda que gostava.
As lembranças faziam seu coração
Se apertar ainda mais dentro do peito.
Passou os dedos pela inscrição em sua perna.
Queria esquecê-la....
Esquecer tudo!
Desejava sumir, para sempre.
Ninguém sentiria sua falta,
Certamente não notariam.
Tomou um longo gole da bebida
E tragou mais algumas vezes o cigarro.
Por fim, pegou o estilete.
Fitou brevemente seu reflexo na lâmina,
Levou-a próximo a pele,
E lentamente, pressionou-a.
Aos poucos, a pele foi cedendo,
O sangue surgindo....
A certa profundidade, parou,
Passando pouco mais na vertical.
O líquido passou a gotejar no chão.
Afastou a lâmina da pele,
Repousando-a ao seu lado.
Passou os dedos pelo ferimento,
Levando-os aos lábios,
Degustando o líquido avermelhado.
Sua pele ardia,
A dor era tanta....
Não tanto quanto
A dor de sua alma.
Tomou o restante dos comprimidos,
Bebeu a restante da garrafa de conhaque,
E fumou outro cigarro.
Arrastou-se até a cama,
Deitando-se e fechando os olhos,
Até que não viu mais nada.
Não sabe o que houve,
Só sente que não dói mais.
Nem a perna,
Nem a alma.
Toda a dor se foi.
Agora sim, está em paz....
Mas a dor era tanta....
Sua garganta doía,
E sua cabeça latejava.
Seus olhos castanhos,
Já não estavam na sua cor natural,
Estavam vermelhos.
Lutava bravamente contra as lágrimas,
Estava prestes a perder o controle....
Levantou-se do seu lado
Fugindo rapidamente dali.
Não deixaria que a visse assim,
Que a visse chorar.
Correu para sua casa,
Trancou-se no único local onde teria privacidade:
O seu quarto.
As lágrimas inundaram o seu rosto.
Sentia o coração doer
Como se o tivessem transpassado
Com uma lâmina.
Doía tanto, que sentia vontade de gritar....
Tolos são aqueles que afirmam
Que dor de amor passa.
Pois estavam enganados!
Só aumentava a cada dia,
A cada segundo....
Caminhou pelo quarto
Em busca do que sua mente clamava,
As únicas coisas a consolavam:
A garrafa de conhaque
Escondido debaixo da cama,
A carteira de cigarros e o isqueiro
Em sua mochila,
E o seu amigo inseparável de dor,
Um estilete.
Acendeu um cigarro, dando longas tragadas,
Abriu a garrafa, bebericou um pouco,
Colocando-a próxima a si no chão,
Pegou o estilete, descansando-o próximo a garrafa.
Estava quase tudo pronto, só faltava mais um item.
Engatinhou até o criado-mudo
Retirando da pequena gaveta uma cartela de calmante.
Voltou para onde estava sentada.
Tirou quatro comprimidos da cartela
E os ingeriu com conhaque.
A bêbeda era forte, ardia um pouco na garganta,
Mas gostava, a sensação a acamava.
Desatou os cadarços do all star de cano alto,
Retirou as meias, deixando-as de lado.
Contemplou o que via,
A perna direita, trazia uma inscrição,
Iniciais do nome dela....
O fizera no dia em que prometeram
Ficar juntas para sempre.
Sua amada....
Se é que ainda poderia chamá-la assim,
Fizera o mesmo no pulso.
E tivera problemas,
Os pais descobriram, mesmo tendo escondido.
Menina esperta,
Mentira que eram iniciais da banda que gostava.
As lembranças faziam seu coração
Se apertar ainda mais dentro do peito.
Passou os dedos pela inscrição em sua perna.
Queria esquecê-la....
Esquecer tudo!
Desejava sumir, para sempre.
Ninguém sentiria sua falta,
Certamente não notariam.
Tomou um longo gole da bebida
E tragou mais algumas vezes o cigarro.
Por fim, pegou o estilete.
Fitou brevemente seu reflexo na lâmina,
Levou-a próximo a pele,
E lentamente, pressionou-a.
Aos poucos, a pele foi cedendo,
O sangue surgindo....
A certa profundidade, parou,
Passando pouco mais na vertical.
O líquido passou a gotejar no chão.
Afastou a lâmina da pele,
Repousando-a ao seu lado.
Passou os dedos pelo ferimento,
Levando-os aos lábios,
Degustando o líquido avermelhado.
Sua pele ardia,
A dor era tanta....
Não tanto quanto
A dor de sua alma.
Tomou o restante dos comprimidos,
Bebeu a restante da garrafa de conhaque,
E fumou outro cigarro.
Arrastou-se até a cama,
Deitando-se e fechando os olhos,
Até que não viu mais nada.
Não sabe o que houve,
Só sente que não dói mais.
Nem a perna,
Nem a alma.
Toda a dor se foi.
Agora sim, está em paz....