segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Quem é Você?




Sinopse: Uma pergunta escrita na mesa, uma resposta, e uma pessoa misteriosa e encantadora. Nunca pensei que tudo isso aconteceria graças a uma simples brincadeira!

Classificação: +13
Gêneros: Romance






Eu estava sentada em meu lugar, como de costume. A professora de História estava fazendo a leitura de uma página do livro, e como eu não tinha trazido o meu livro, fiquei apenas ouvindo, enquanto o tédio tomava conta de mim. Começei a observar as folhas das arvores balançarem do lado de fora da janela. Depois fiquei observando a minha mesa, foi quando vi algo nela que chamou a minha atenção, estava escrito:


"Quem é você?".


É uma pergunta um tanto boba, mas o meu tédio era tanto que por impulso e curiosidade, peguei o meu lápis e escrevi logo abaixo da pergunta:


"Francine".


E qual foi a minha surpresa, quando no dia seguinte estava escrito:


"Prazer Fran, eu sou 'Alguém'. Qual a sua idade?".


Começava ali um jogo, meio tolo, mas que atiçava a minha curiosidade . Então peguei o meu lápis e respondi :


" Tenho 17 anos. E você 'Mr. Alguém'?".


E no dia seguinte, lá estava a resposta:


"Humm, 'Mr. Alguém? Gostei. Tenho 18 anos. Me diga como você é?".


Ao ler isso o achei meio aldacioso, mesmo assim gostei. Como não queria me expor demais, respondi:


" Sou magra, tenho olhos azuis e cabelos loiros. E você?".


E ele (no dia seguinte) respondeu:


" Sou alto, magro, tenho olhos e cabelos pretos. Então, me diz ai... O que você curte fazer nas horas vagas?".


Estranhei a pergunta, eu imaginava que ele perguntasse sobre se sou ou não bonita ou se quero me encontrar com ele, o que geralmente se perguntava nesse jogo (o que me fazia detesta-lo). Isso me fez ficar ainda mais curiosa, e também a achar o jogo mais interessante. E assim proceguiram as nossas "conversas", dia após dia, semana após semana. Nós sempre conversavamos sobre tudo e era ótimo. Um dia ele me perguntou:


"Gosto muito de você Fran, gostaria de te conhecer pessoalmente. Topas?".


Ao ler fiquei cheia de dúvidas e receios. Eu não o conhecia, masmo assim começei a gostar dele, desde as primeiras semanas de "convrsas". Sei que não devia ter levado tão a sério esse jogo, mas foi inevitável, o seu jeito de escrever, a sua ótima calegrefia, sua preocupação comigo, sempre me perguntando como estava e sobre o meu dia, simplesmente me cativou! Minha cabeça ficou muito confusa, então resolvi pedir a ajuda da minha colega de classe, que acompanhou toda a história desde o começo. Perguntei a sua opinião e ela me disse:


- Acho que você deveria encontra-lo! Vejo você todos os dias chegar correndo á sua mesa pra ver a resposta dele. E toda vez que você me mostra ou fala o que ele te escreveu, seus olhos brilham!

- Você acha mesmo que devo estar apaixonada? - perguntei a ela, no fundo acho que já sabia a resposta.

- Tenho certeza! Não perca maia tempo, responde que aceita se encontrar com ele.

- Vou fazer isso agora mesmo. - disse-lhe, mas uma dúvida invadiu a minha mente. - Mas e se ele não for exatamente como diz ser? E se for alguém bem mais velho que eu?

- Isso é verdade, no turno da noite também estudam coroas. Mas você pode fazer uma coisa... Pode marca esse encontro aqui no colégio, em algum horário que tenha aula. Duvido que esse "Alguém" tente fazer algo com tanta gente por perto.

- Você sempre tem solução pra tudo! Obrigada pela ajuda.

- De nada. - disse ela.


Após persarmos juntas sobre como responder, acabei escrevendo:


" Também gostaria de te conhecer. Pode ser na sexta, aqui no colégio?".


Fiquei insegura se ele aceitaria, que pra minha felicidade, ele respondeu:


"Pra mim esta ótimo, pode ser na sexta sim. Pode ser no horário do meu intervalo? Caso você não possa ir, me ligue! Meu número é...".



Fiquei feliz com a resposta dele. Se ele me passou o seu número, talvez fosse sinal de que ele não fosse um "psicopata". Esperei anciosamente até o dia do encontro. Na sexta-feira, na hora do intervalo das minhas aulas, ele me ligou. Meu coração disparou e minha garganta seca.


- Oi Fran, como você está? - perguntou ele, com uma voz animada e jovial. Foi realmente um alívio saber que não era nenhum coroa pervertido.

- Estou ótima, e você? - falei, após me recompor.

- Estou bem também. Olha, liguei pra confirmar que vamos nos encontrar hoje.

- Sim, vamos sim.

- Que bom! ... Ah, me lembri de uma coisa... Qual a cor da roupa que você vestir, pra mim poder te reconhecer.

- Eu vou com um vertido azul.

- Okay, eu vou com uma calça jeans e uma camiseta vermelha. Pra não nos confundirmos, vou levar uma rosa branca, e você podia fazer o mesmo.

- Boa idéia. Então está combinado!

- Até mais tarde, tchau. - despediu-se ele.

- Tchau.


Mais tarde, como o combinado, levei uma rosa branca nas mãos, que naõ paravam de tremer de nervosismo. Chegando ao pátio do colégio, meu celular tocou, era ele.


- Oi. - saudei.

- Olá Fran... Adivinha onde eu estou?! - disse ele, com voz divertida.

- Não sei... Onde? - perguntei, olhando para os lados, à sua procura.

- Estou vendo você! Olhe para trás.


Quando olhei em direção a minha sala, vi uma mão acenando para mim, não dava pra ver o rosto da pessoa, pois essa estava escondida atrás da cortina.


- Você me achou! Venha até mim. - pediu ele.


Caminhei a passos lentos até a sala, agora era a hora da verdade. Meu coração estava batendo descompassado e as minhas mãos tremiam. Ao entrar na sala, que estava vazia exerto por ele estar sentado lá, fitei-o dos pés a cabeça.


- Olá Fran! - comprimentou ele, com um sorriso maravilhoso.

- Olá! - falei.


Ele não era um "principe encantado", lindo de morrer, rascunho da perfeição, feito com o necta dos deuses, dotado da beleza suprema, como escrevem nos livros de contos de fadas, mas tinha um belo porte físico e traços faciais armoniosos, e também tinha algo na sua voz e no seu olhar que me facinava.


- Lembra-se de mim? - perguntou ele.

- Desculpe... Acho que não. - respondi, apesar de saber que o seu rosto me era familiar.

- Sou Eduard, do ano passado.

- Edu? O garoto transferido pra minha sala na metade do ano passado?

- Isso mesmo. - afirmou ele.

- Estava com saudades de você! - disse-lhe, o abraçando. Logo que tinha chegado à nossa sala, ele ficava isolado do resto da turma, então meus amigos e eu resolvemos trazer-lo para o nosso grupo de amigos, antes do final do ano, Eduard se transferiu para o turno da noite e perdemos contato.

- Eu também! - falou ele. - E como vai o pessoal?

- Vão todos bem.

- E ai... Está surpresa pelo "Alguém ser eu? - me perguntou Eduard.

- Sim, mas... Você sabia o tempo todo que era eu?

- Não, eu apenas desconfiava, só tive certeza agora a pouco, quando te vi no pátio com a rosa branca.

- Ah bom. Mas me diga uma coisa, por que exatamente você escreveu aquilo na mesa?

- Bom, na verdade não fui eu que escrevi... - disse ele, me surpreedi com isso. Acho que isso traspareceu nas minhas feições faciais, então ele se apressou em explicar. - Aguém do turno da tarde deve ter escrito isso de brincadeira... Não sei... Eu vi e não dei bola, mas você respondeu, então fiquei curioso e resolvi responder também, e assim foi. Não sei se a pessoa que escreveu isso mudou de mesa que sentava ou não se interessou pelas nossas "conversas".

- Interessante. - comentei.

- Bem, hoje as aulas eram só até a hora do intervalo, então... Você gostaria de ir comigo a uma festa que vai ter hoje? - falou ele timidamente.

- Adoraria! - respondi, não pude resistir ao convite, ele ficava tão bonito quando ficava vermelho. - Só tenho que antes ir pra me arrumar.

- Aceita uma carona? - perguntou Eduard.

- Aceito.


Cheguei em casa e fui correndo tomar um banho e me arrumar, às 22:00, ele viria aqui me buscar. Às 22:00 em ponto, Eduard chegou a minha casa. Nós fomos para festa, foi tudo maravilhoso. Na volta para casa ele me perguntou:


- Eh... Podemos sair de novo qualquer dia desses?

- Adoraria. - disse-lhe. - Obrigada por hoje, me diverti muito.

- Eu também. - disse ele.


Depois das últimas palavras, ficamos em silêncio, apenas nos olhando. Então ele foi se aproximando e me beijou. No dia seguinte saimos de novo, e no domingo também. Acho que esse é o começo de uma história que vai durar muitos anos.