
Andava sem rumo
Pelo chão
úmidoComeçara a chover
A perna a doer
Respiração
descompassadaPeito arfante
As mãos
gélidasOs olhos distantes
Mentalmente revivia
O que não queria
Sua amada
Com outra
Beijava os lábios
Que não eram os seus
Relembrou as
palavrasAntes tão verdadeiras
Agora tão falsas
Parou algum tempo
Para respirar
Finalmente percebeu a chuva
O vento frio
Suas roupas estavam encharcadas
Sentia sua pele gelada
Lágrimas misturavam-se a chuva
Os olhos
doíamSeu magoa era enorme
Queria gritar
Deferir socos
Na parede mais próxima
Voltou a correr
Sem saber para onde ia
Deixava apenas
Suas pernas a levarem